Acompanhe a entrevista que o Lucas fez com um dos diretores referência do underground tupiniquim.
Dr. Aragão e seus zumbis de estimação. |
Rodrigo
Simões Aragão nasceu em 18 de janeiro de 1977 na Aldeia de Pescadores de
Perocão (Guarapari - Es/ Brasil), lugar onde mora e produz os seus filmes. Aficionado
pelo gênero Terror e pelos Efeitos Especiais tem formação Autodidata, atuando
como Maquiador de Efeitos Especiais desde 1994.
No
currículo, mais de 25 peças de teatro, 15 curta metragens, oficinas em diversos
eventos cinematográficos e criador do espetáculo de terror itinerante Mausoleum
(2000 a 2004).
Dos longa metragens já produzidos, temos "Mangue Negro" (do qual tem uma resenha feita pelo Lucas aqui) e temos também "A Noite do chupacabras" ( que também tem uma resenha que eu mesmo escrevi aqui).
Além do mais, Aragão fez um curta em 2005, "Chupa-cabras" que lhe rendeu prêmio do Júri e Troféu de melhor
curtametragem na II Mostra de Cinema Independente - Transborda (2006) .
Agora destaca-se pelo lançamento "Mar Negro" que encerra sua trilogia de terror tropical.
Aqui vai as perguntas, se
sinta a vontade de responder como desejar, o espaço é sem censura.
1 – Primeiramente, você poderia se apresentar aos
leitores do blog que ainda não conhecem seu trabalho? O expectador que ainda
não viu seus filmes, principalmente o já tratado aqui, Mangue Negro, pode
esperar o que deles?
Bem, Eu sou um cara que
realizou seus sonhos de infância, faço filmes de terror onde escrevo, dirijo,
edito e fabrico monstros. São filmes de baixo orçamento feitos para fãs de B-movies.
2 – Você se sente mais confortável como diretor ou
trabalhando nos efeitos especiais?
Comecei a fazer efeitos
especiais ainda na infância, pensando que iria trabalhar em filmes de outras
pessoas, como não conseguia trabalho comecei a fazer os meus. Hoje acho que ser diretor é melhor, pois ele é
o dono da bola na pelada! (rs)
3– É notável a grande virada do nosso herói no
filme, que de um grande perdedor acaba se tornando um grande matador de zumbis,
mas mesmo assim, ainda podemos ver o lado humano dele, sentindo dor, medo,
timidez ao se declarar a mulher que ama, isso foi intencional? Deixar alguém
mais humano e não tão canastrão como aos moldes de Bruce Campell na série Evil
Dead.
Poucas coisas são tão encantadoras
como um tolo apaixonado! Não tem como não simpatizar com alguém que está amando
de todo coração, e claro que zumbis e sangue em abundancia sempre são um bom
tempero.
4 - Por fazer um filme no Brasil, você se sente
obrigado a usar elementos regionais, ou os aborta para favorecer a trama?
Não me sinto obrigado, não,
mas cresci em um lugar muito interessante, cheio de ótimos cenários e personagens incríveis,
retratar o mundo a minha volta, com um toque de fantasia, é uma coisa
inteligente a se fazer, isto sempre me pareceu o melhor caminho.
5- o circuito cinematográfico independente
brasileiro esta aberto para novos realizadores ou é algo fechado para um seleto
circuito?
Se quiser fazer um filme,
faça! Não pense no circuito, não pense
em mercado, e não pense que vai ganhar dinheiro (porque provavelmente não vai),
devemos realizar nossos sonhos, fazer como é possível. Hoje o Brasil têm ótimos
festivais de gênero e a web como janela. Mas lembre–se: só faça o filme se você
realmente sonha com isto do fundo do coração, porque é muito trabalho.
6 - É mais difícil a produção ou distribuir o
trabalho em si?
A distribuição é mais
difícil, com certeza! Fazer um filme é uma delicia, você trabalha 20 horas por
dia, mas vai dormir sorrindo de felicidade, bater em portas de distribuidoras,
para ouvir um não, é bem pior!
7 – Mangue Negro chegou a passar no Canal Brasil, o
que você acha desse meio das pessoas assistirem o filme?
A TV por assinatura é hoje
a maior janela para produções brasileiras. Infelizmente o que eles pagam esta
longe de cobrir as despesas de produção, mas já é uma ajuda.
8 – A produção do DVD é digna de nota e um presente
para os fãs, com vários extras, brindes e uma boa embalagem, como foi o
processo de trazer um material tão bom?
Bem, recebemos uma proposta
da antiga Dark Side, distribuidora que foi responsável pelo lançamento de
vários clássicos em bancas de revista, como os filme das Hammer o de mestres
italianos como Lucio Fulci e Bran Dead, na época em que me contataram o selo
estava fora do mercado há dois anos, a ideia era voltar com lançamentos de
luxo, os primeiros seriam Suspiria e Mangue Negro. Infelizmente a volta do selo
nunca aconteceu e a Fábulas Negras acabou comprando as 1.300 copias existentes
para comercializa-las pela web e em festivais. Realmente é uma edição linda,
que não é muito comum em um filme brasileiro.
9- Visto o filme Mangue Negro hoje em dia, o que
você tem a dizer sobre ele? Esta totalmente satisfeito com o material final ou
mudaria alguma coisa?
Eu nunca fico totalmente
satisfeito, Mangue Negro foi feito com muitas dificuldades e com pouquíssima
estrutura, o resultado final é quase um milagre! (rs) Mas realmente tem varias coisas que eu não
gosto, porém foi o possível no momento...
10 – Já que Mangue Negro trata de zumbis, qual seu
filme do gênero favorito?
Gosto do fantástico, fugir
da realidade, os zumbis são muito divertidos, sempre é muito legal tê-los no
set, mas gosto de fazer outras coisas (monstros) também. O meu filme
favorito... É muito difícil responder esta pergunta. Sou muito fã dos clássicos
de terror dos anos 70 e 80, e admiro muito o trabalho de Peter Jackson em Fome
Animal e do Sam Raimi em Evil Dead; por tanto não tenho só um, mas vários
filmes favoritos.
11 – Obrigado por ter cedido o tempo para
realizarmos essa entrevista, tem algum recado para os leitores do blog?
Eu que agradeço o espaço, e
gostaria de falar que meu terceiro filme Mar negro esta fazendo o circuito de
festivais este ano e deve ser exibido em várias cidades/ estados, Rio, São
Paulo, BH, Aracaju, Londrina, Curitiba e Vitoria entre outras.
Conto com a presença dos
admiradores dos B-movie’s!!!
Abraço a todos
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