De todas as scream queens que busquei contatar, Lane ABC foi
uma das mais difíceis, pouco são as informações sobre seu trabalho de atriz, na
internet, participou de “Vadias do Sexo Sangrento” de Petter Baiestorf e
contracenou com Ljana Carrion, fazendo casal, voltou atuar no filme “Ninguém de
morrer” também da Canibal Filmes e seu último paradeiro em fitas undergrounds
foi no curta de Rubens Mello “A história de Lia” vencedor do prêmio de
"melhor direção no 5° Cinefantasy 2010" e "melhor direção no
Espantomania 2010".
Depois da primeira vez que contatei com Lane, voltei a falar
com ela e fizemos essa entrevista do qual ela foi muito simpática ao ceder.
Lane, a primeira
pergunta e um tanto quanto óbvia imagino é; por que do ABC?
Porque sempre morei no ABC ( Grande São Paulo). E a maior
parte das amizades é em São Paulo capital. Tudo começou na rua Augusta, quando
colava com o pessoal, todos diziam “ E aí ABC cola na grade” rsrsrs, daí o
nome, Lane ABC.
Como você chegou á se
envolver com essas produções underground? Você gostou de ter feito os filmes?
Começou aqui em São Paulo, onde recebi o convite para uma
atuação em um curta, chamava-se Arrebentando o Underground, porém este não deu
em nada... Eu acho. Depois disto conversando com um amigo no Rio, Zé Colméia,
fanzineiro e muito querido, perguntou se havia curtido fazer as paradas, com
isto ele falou do Petter e sobre os filmes, que na época estava a calhar o
Vadias. Neste período Petter e eu começamos a nos contatar e surgiu o convite
do mesmo.
Eu sempre gosto de aproveitar a oportunidade independente do
que possa causar, mas trabalhar com o alternativo é muito liberto e sinto-me
muito satisfeita. Claro que tive alguns problemas com nudez, pessoas repudiando
e achando bizarro. Mas diz, qual o problema de fazer o que quer e ter vontade,
ir lá e por em prática, é lindo ser livre e feliz!
Teve alguma cena que
você se arrependeu?
Não, absolutamente nada.
Nudez que ainda é
tratado como um tabu para você não é problema, certo? Fale mais.
Para começar, todos temos um corpo, seja homem seja mulher,
com algumas diferenças porém temos praticamente as mesmas coisas, para que
ficar guardando se podemos mostrar o que somos. Mostramos o nosso caráter,
opinamos em uma idéia, gostamos de expor algo belo que fazemos. Então?? Qual é
a questão de mostrar o nosso corpo? Não há perfeição para uns, mas há perfeição
para outros e digo mais, o que é belo? Ou só porque talvez não se sinta capaz
para a admiração, mas porra, é você! Liberte-se!
Em “Vadias do sexo
sangrento”, você contracenou com Ljana Carrion, foi bom para você?
Ué? E porque não seria? Pessoa maravilhosa, trabalha muito
bem e além de tudo, engraçadíssima.
No filme “Ninguém
deve morrer” que é uma homenagem aos filmes de velho-oeste com chanchada parecia
tudo ser uma imensa “bagunça”, como foi gravar?
Exatamente como pareceu hehehehe, não pelo próprio termo,
mas lembro-me que o tempo foi curtíssimo e aproveitamos cada segundo para
trabalhar. É muito bom trabalhar com a Canibal, pois além de dar duro, você faz
amizades inesquecíveis e a diversão faz parte da execução.
Fale mais do seu
trabalho em “A História de Lia”, sobre o que é e o que você faz no curta?
A História de Lia vem de um projeto do Rubens Mello, onde se
trata da mente humana e do que ela é capaz. Muitas vezes não nos conscientizamos
disto e vou além, duvidamos do que somos capazes.
A Nil faz parte do
núcleo de drogados e é a namorada da Lia, na minha concepção, ela mais
atrapalha do que ajuda, uma perversa safada que adora se drogar e pegar todo
mundo.
Como o diretor de “A História de Lia” chegou até você? Ele já te conhecia ou foi através dos filmes da Canibal?
Conheci o Rubens na estréia do Vadias, aqui em São Paulo.
Estava participando de uma brincadeira no evento e me recordo ele sorrindo pra
mim e dizendo que queria bater um papo comigo depois. Hoje somos muito amigos.
Além dos filmes, quais
são seus outros projetos? O que você faz?
Hoje faço intervenções artísticas, com o prol de
conscientização de espaço e melhorias urbanísticas.
Tenho um projeto com o Ricardo Luiz aqui de São Paulo
também, com fotografias de nu.
Trabalho com o que estudo hoje, faço arquitetura ou ai que
tortura se preferir... heheheheh
Tem vontade em voltar
á gravar filmes underground?
Sim, filmes underground sempre será meu xodó.
Gostaria de deixar
algum recado para os leitores?
Todos libertos, como se deve viver e como bem entender.
Lane ABC.
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