quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Entrevista com Lane ABC - A atriz de "Vadias do Sexo Sangrento"





De todas as scream queens que busquei contatar, Lane ABC foi uma das mais difíceis, pouco são as informações sobre seu trabalho de atriz, na internet, participou de “Vadias do Sexo Sangrento” de Petter Baiestorf e contracenou com Ljana Carrion, fazendo casal, voltou atuar no filme “Ninguém de morrer” também da Canibal Filmes e seu último paradeiro em fitas undergrounds foi no curta de Rubens Mello “A história de Lia” vencedor do prêmio de "melhor direção no 5° Cinefantasy 2010" e "melhor direção no Espantomania 2010". 


Depois da primeira vez que contatei com Lane, voltei a falar com ela e fizemos essa entrevista do qual ela foi muito simpática ao ceder. 


Lane, a primeira pergunta e um tanto quanto óbvia imagino é; por que do ABC?
Porque sempre morei no ABC ( Grande São Paulo). E a maior parte das amizades é em São Paulo capital. Tudo começou na rua Augusta, quando colava com o pessoal, todos diziam “ E aí ABC cola na grade” rsrsrs, daí o nome, Lane ABC.

Como você chegou á se envolver com essas produções underground? Você gostou de ter feito os filmes?
Começou aqui em São Paulo, onde recebi o convite para uma atuação em um curta, chamava-se Arrebentando o Underground, porém este não deu em nada... Eu acho. Depois disto conversando com um amigo no Rio, Zé Colméia, fanzineiro e muito querido, perguntou se havia curtido fazer as paradas, com isto ele falou do Petter e sobre os filmes, que na época estava a calhar o Vadias. Neste período Petter e eu começamos a nos contatar e surgiu o convite do mesmo.
Eu sempre gosto de aproveitar a oportunidade independente do que possa causar, mas trabalhar com o alternativo é muito liberto e sinto-me muito satisfeita. Claro que tive alguns problemas com nudez, pessoas repudiando e achando bizarro. Mas diz, qual o problema de fazer o que quer e ter vontade, ir lá e por em prática, é lindo ser livre e feliz! 

Teve alguma cena que você se arrependeu?
Não, absolutamente nada.

Nudez que ainda é tratado como um tabu para você não é problema, certo? Fale mais.
Para começar, todos temos um corpo, seja homem seja mulher, com algumas diferenças porém temos praticamente as mesmas coisas, para que ficar guardando se podemos mostrar o que somos. Mostramos o nosso caráter, opinamos em uma idéia, gostamos de expor algo belo que fazemos. Então?? Qual é a questão de mostrar o nosso corpo? Não há perfeição para uns, mas há perfeição para outros e digo mais, o que é belo? Ou só porque talvez não se sinta capaz para a admiração, mas porra, é você! Liberte-se!



Em “Vadias do sexo sangrento”, você contracenou com Ljana Carrion, foi bom para você?
Ué? E porque não seria? Pessoa maravilhosa, trabalha muito bem e além de tudo, engraçadíssima.

No filme “Ninguém deve morrer” que é uma homenagem aos filmes de velho-oeste com chanchada parecia tudo ser uma imensa “bagunça”, como foi gravar?
Exatamente como pareceu hehehehe, não pelo próprio termo, mas lembro-me que o tempo foi curtíssimo e aproveitamos cada segundo para trabalhar. É muito bom trabalhar com a Canibal, pois além de dar duro, você faz amizades inesquecíveis e a diversão faz parte da execução.

Fale mais do seu trabalho em “A História de Lia”, sobre o que é e o que você faz no curta?
A História de Lia vem de um projeto do Rubens Mello, onde se trata da mente humana e do que ela é capaz. Muitas vezes não nos conscientizamos disto e vou além, duvidamos do que somos capazes.
 A Nil faz parte do núcleo de drogados e é a namorada da Lia, na minha concepção, ela mais atrapalha do que ajuda, uma perversa safada que adora se drogar e pegar todo mundo.



Como o diretor de “A História de Lia” chegou até você? Ele já te conhecia ou foi através dos filmes da Canibal?
Conheci o Rubens na estréia do Vadias, aqui em São Paulo. Estava participando de uma brincadeira no evento e me recordo ele sorrindo pra mim e dizendo que queria bater um papo comigo depois. Hoje somos muito amigos.

Além dos filmes, quais são seus outros projetos? O que você faz?
Hoje faço intervenções artísticas, com o prol de conscientização de espaço e melhorias urbanísticas.
Tenho um projeto com o Ricardo Luiz aqui de São Paulo também, com fotografias de nu.
Trabalho com o que estudo hoje, faço arquitetura ou ai que tortura se preferir... heheheheh

Tem vontade em voltar á gravar filmes underground?
Sim, filmes underground sempre será meu xodó.

Gostaria de deixar algum recado para os leitores?
Todos libertos, como se deve viver e como bem entender.

Lane ABC.

 

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